Educação e crise ambiental: secretário de Belém defende integração de políticas e aponta riscos e soluções às vésperas da COP

  • 28/10/2025
(Foto: Reprodução)
Secretário de Educação de Belém, Patrick Tranjan. Cauê Diniz / Imprensa B3 O secretário de Educação de Belém, Patrick Tranjan, afirmou nesta terça-feira (28), durante evento em São Paulo que discutiu educação e clima, que a luta contra as mudanças climáticas na capital paraense exige ações integradas entre políticas públicas e planejamento urbano. Na participação dele em um painel no evento organizado pela ONG Todos Pela Educação, ele apresentou um diagnóstico estrutural das vulnerabilidades da cidade, destacando que apenas 20% da população tem ligação a microdrenagem e esgoto em casa, enquanto 53% vive em favelas na capital menos arborizada do país, fatores que segundo ele elevam os riscos nas escolas em relação ao clima. Segundo Tranjan, os principais gargalos da educação na cidade, ligados ao clima, são a alta exposição ao calor com a baixa arborização e também a precariedade de saneamento e moradia. Ele citou ainda projeções de que Belém pode se tornar a cidade mais quente do mundo até 2050. LEIA TAMBÉM: Obras da COP 30 tentam conter décadas de alagamentos nas 'baixadas' de Belém Em entrevista ao g1, ele disse que enfrentar a crise climática na área da educação exige ações intersetoriais e planejamento urbano, e não apenas ajustes em currículos escolares; e também comentou que as soluções precisam envolver as áreas de Planejamento Urbano, Infraestrutura e o Legislativo. A arborização e os padrões construtivos, por exemplo, influenciam diretamente o conforto térmico das escolas, mas escapam da competência exclusiva da educação. “Empurrar demandas ambientais para a escola, sem redesenho urbano e apoio institucional, tende a produzir pouco efeito prático no curto prazo”, afirmou. Tranjan também advertiu sobre os limites da abordagem puramente pedagógica. Inserir o tema climático nos currículos e nas formações de professores é importante, mas os resultados são lentos e só aparecem após anos, segundo ele. Ações e engajamento comunitário Mesmo reconhecendo os desafios, o secretário destacou ações em andamento para aumentar a resiliência das escolas de Belém. Segundo ele, o município tem usado como referência técnicas aplicadas em desastres no Rio Grande do Sul e investido em mobilizações comunitárias com alunos e moradores. Entre as iniciativas estão mutirões de arborização e coleta de lixo aos fins de semana, com participação de estudantes e famílias. Tranjan afirma que essas atividades têm gerado “mudanças culturais perceptíveis”, ainda sem avaliação técnica formal, mas que ele considera importantes para construir uma consciência ambiental coletiva. Plano diretor Patrick Tranjan, que acumula também a Secretaria de Planejamento em Belém, disse, ao g1, que defendeu uma ampla revisão do plano diretor da cidade, incorporando o meio ambiente e o clima como diretrizes centrais da gestão urbana. “Isso é um tema muito sério. Precisa ser endereçado de maneira séria também”, disse. Crianças 'embaixadoras' No âmbito escolar, a Secretaria de Educação criou o projeto “embaixadores de educação”, que envolve alunos de todas as idades nas ações ambientais. Cada turma possui um estudante representante que participa de reuniões na secretaria e ajuda a disseminar práticas sustentáveis nas escolas. A proposta busca que os alunos não sejam apenas receptores, mas também protagonistas na construção da política pedagógica voltada ao clima. Segundo Tranjan, o debate ambiental deve atravessar todas as disciplinas ao longo da educação básica. “(A discussão sobre clima nas escolas) Não pode ser apenas dentro de uma aula de geografia, em 45 minutos uma vez na vida, e depois nunca mais”, afirmou. COP 30 Com a proximidade da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), Belém pretende apresentar boas práticas da rede municipal, afirma o secretário. As atividades escolares regulares foram suspensas durante o evento climático, por questões de segurança, mas algumas escolas receberão visitantes internacionais interessados em projetos de educação ambiental. Entre elas a Escola Bosque, que antes era administrada de forma independente, com a Fundação Escola Bosque, extinta na gestão atual de Igor Normando (MDB). A medida causou polêmica e gerou manifestações contrárias de educadores. Questionado pelo g1, Tranjan disse que a Fundação Escola Bosque foi extinta para reduzir custos administrativos, mas o modelo pedagógico e o corpo docente continuam mantidos. O valor economizado, segundo ele, está sendo usado na maior reforma da história da unidade. LEIA TAMBÉM: Reforma administrativa da Prefeitura de Belém é aprovada pela Câmara Além da Escola Bosque, referência no ensino aliado à preservação ambiental, outras escolas também devem ser palcos de agenda na COP 30, principalmente na região das ilhas de Belém, incluindo o Combu, o distrito de Cotijuba e outras como Ilha Grande, Jamasi e Jutuíba. “Belém tem muitas coisas boas a mostrar, mas também muitos desafios. As cidades amazônicas não são árvores; há pessoas que moram embaixo dessas árvores, há grandes cidades construídas aqui. E isso precisa ser compreendido”, disse. Reforma administrativa em Belém: vereadores discutem mudanças na prefeitura VÍDEOS: veja todas as notícias do Pará

FONTE: https://g1.globo.com/pa/para/noticia/2025/10/28/educacao-calor-e-crise-ambiental-secretario-de-belem-defende-integracao-de-politicas-aponta-riscos-e-solucoes-as-vesperas-da-cop.ghtml


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