Oficina em Santarém reforça uso seguro de plantas medicinais e valoriza saberes da Amazônia
Em Santarém, oficina sobre plantas medicinais é realizada
Os chás, banhos e preparos com ervas fazem parte da vida cotidiana na Amazônia, mas agora esses conhecimentos tradicionais estão ganhando reforço técnico em Santarém, oeste do Pará, por meio de uma oficina que capacita moradores sobre o uso seguro e responsável das plantas medicinais. A iniciativa busca unir saber popular, orientação especializada e valorização cultural, promovendo prevenção, cuidado e até apoio a tratamentos complementares.
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Moradora da região, Socorro Ferreira contou que esperava há anos por uma oportunidade como essa e destacou a importância do aprendizado para o uso doméstico. Ela explicou que utilizava remédios caseiros ensinados pela mãe e que agora tem acesso a orientações completas. “Sempre eu almejei estar num curso aqui no bairro [...] Eu uso às vezes para nossas crianças, que é paliativo, mas dá resultado”, afirmou.
O curso aborda desde a identificação correta das plantas até processos como secagem, dosagem e contraindicações. A instrutora e engenheira agrícola do Senar, Adervânia Melo, ressaltou que muitos moradores desconhecem o valor medicinal de espécies comuns na região e destacou a necessidade de responsabilidade no uso.
“Eles vão aprender um pouquinho das propriedades, das plantas, a usar com responsabilidade [...]. A gente vê que é uma planta que tem grandes propriedades para cura, que já foi comprovada cientificamente”, explicou. Ela reforçou ainda que o conhecimento tradicional deve ser preservado. “Esses conhecimentos não podem morrer [...] para usar o remédio caseiro com responsabilidade”, completou.
Na iniciativa, eles recebem orientações sobre dosagem, contra indicações e cuidados importantes para evitar riscos.
Reprodução/TV Tapajós
Entre os participantes, Nildo Mota buscou ampliar o que já aplica no cotidiano e contou que utiliza algumas ervas no dia a dia, inclusive para alergias. “A gente tem interesse em aprender [...]. A gente já utiliza algumas plantas, até o orégano, para alergia”, disse.
Elinelsa Santos, apaixonada por plantas, anotava cada orientação da oficina e relatou suas descobertas durante as aulas práticas. “Eu sempre tive interesse em estudar as plantas [...] Hoje eu descobri que essa planta aqui é comestível. Essa flor que a professora chama de xanana, ela é afrodisíaca”, comentou.
A oficina permite que os participantes tenham contato direto com as espécies medicinais, tirem dúvidas e aprendam técnicas que podem representar economia no dia a dia e até gerar novas oportunidades de renda. A coordenadora da Estação Cidadania e Cultura, Regiane Silva, ressaltou o impacto da formação. “Eles vão sair daqui técnicos, um curso técnico de 40 horas [...] Vão promover outras oportunidades para outras pessoas”, afirmou.
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